SAMPAIO – 200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO

10 junho 2010

Situando-se na história

      Brigadeiro Sampaio (1810-66) viveu em época de grandes transformações. Durante os cinqüenta e seis anos (56) da vida de Sampaio, o Brasil passou por quatro grandes períodos: O período Joanino e a Independência do Brasil; o Primeiro Reinado (1822-31); a Regência (1831-40) e o Segundo Reinado. A atuação de Sampaio foi destacada em conflitos que visavam a integridade territorial brasileira. Entretanto, para entender essa atuação, precisamos antes de mais nada saber os antecedentes que levaram à tais revoltas.
      Todos os acontecimentos históricos podem ser relacionados com um anterior numa linha do tempo. E esses fatos geralmente acontecem gradualmente, quando se sucedem num ritmo acelerado as mudanças históricas serão bruscas, e corresponderão às revoluções históricas. O período que vai de 1789 até 1848d.C é exemplo de uma época de acontecimentos rápidos. A Revolução Francesa que começou em 1789 foi a pioneira de uma reação em cadeia que convulsionou a Europa e a América Latina. Além disso, a Independência e a Constituição norte-americanas representavam a força das idéias Iluministas. Na Inglaterra, a Revolução Industrial queria cada vez mais espaço por volta de 1780. No Brasil, a Inconfidência Mineira (1789) foi parte dessa "cadeia", e os seus participantes se identificavam com os revolucionários dos Estados Unidos. A sociedade aristocrártica foi substituida pela burguesa, o absolutismo deu lugar às monarquias constitucionais ou à República, na América, o sistema colonial foi enfraquecido e a Revolução Industrial Inglesa mudava toda a economia.
      A independência do Brasil, em 1822, não restringiu-se ao dia 7 de setembro, foi uma conseqüência de um processo histórico, cujas bases estão nas tentativas de emancipação política do século XVIII, na abertura dos portos e na condição do Brasil como Reino Unido a Portugal e Algarves. O 7 de setembro é a formalização do anseio brasileiro de conseguir a separação de Portugal, mas a consolidação da independência só ocorre com a abdicação de D.Pedro I, em 1831.
Durante o Primeiro Reinado (1822-31) os portugueses continuaram tendo controle sobre decisões políticas brasileiras, apoiados no Imperador. Mas essa situação já não era mais tolerável, e o Brasil deveria voltar para o colonialismo ou se tornar realmente independente. A revolta de 7 de abril rendeu ao Brasil uma independência definitiva. Como explica o historiador Caio Prado Júnior, "de um lado estavam as classes abastadas, principalmente os grandes proprietários rurais, que conduzem a oposição a D.Pedro I e encaminham a revolta de abril: de outro, as classes populares, de que as primeiras se servem para realização de seus fins e que - são elas principalmente que o fazem - saem às ruas a 7 de abril para deporem o imperador.".

      O Segundo Reinado começou em 1831 com as regências, pois D. Pedro de Alcantra tinha apenas cinco anos e por isso foi impedido de assumir o trono. Durante as regências houve fortes disputas político-partidárias e rebeliões de caráter social que colocaram em risco a unidade nacional. Esse período também foi marcado pelo surgimento de tendências e partidos políticos denominados restauradores, liberais exaltados e liberais moderados. A sociedade da época era feita pela aristocracia rural (a mais importante e a de menor número), reduzida classe média e pelos escravos (metade da população). No Brasil, a produção de algodão e de açúcar decaíram e a produção industrial era rara. A economia era agrária voltada para a exportação, e a principal semente cultivada era o café. Nosso país não era muito bem visto pelos estrangeiros pois o Império sofria várias crises políticas, revoltas e a situação da economia ainda era delicada. Por causa dessa falta de credibilidade, a diplomacia brasileira enfrentou dificuldades, e a política ezterna enfraqueceu.
      O Brasil só seria mesmo independente se fosse um Estado organizado e se tivesse uma hierarquia social definida. Os grandes proprietários rurais exigiam autonomia político-administrativa. As camadas livres que não tinham posses se interessavam em fazer rebeliões, pois esse era o único jeito de mudarem o quadro social. Mas o objetivo da massa variava, em alguns lugares queriam autonomia provincial, em outros, o regime republicano. Assim, em vários pontos do país ocorreram movimentos rebeldes. Sampaio participou ativamente de muitos deles, lutando para que o Império não perdesse terras.

Revoltas das quais Sampai participou:
- Cabanagem, na então Província do Pará, em 1835;
- Balaiada, na então Província do Maranhão, de 1839 a 1841;
- Guerra dos Farrapos, na então Província do Rio Grande do Sul, entre 1844 e 1845;
- Revolta Praieira, na então Província de Pernambuco, de 1848 a 1850;
- Guerra contra Oribe e Rosas, no Uruguai, em 1851, tendo se destacado, nesse conflito, na Batalha de Monte Caseros, na Argentina, em 1852;
- Guerra contra Aguirre, tendo se destacado na Tomada de Paysandú, no Uruguai, em 1864, e no cerco e conquista de Montevidéu (1864)
- Guerra da Tríplice Aliança, no Paraguai, em 1866.

Fontes:


pt.wikipedia.com
- Historia do Brasil Império e República - Bibliex.
- Historia do Brasil - Luis Costa e Leonel Mello
- Historia do Brasil - Koshiba

Por Victória Jalowitzki