SAMPAIO – 200 ANOS: CORAGEM E DETERMINAÇÃO

12 junho 2010

A Guerra dos Farrapos (1835-1845)

      A Revolução Farroupilha foi um movimento separatista liderado pelos criadores de gado das fronteiras com o Uruguai. Aconteceu no atual Rio Grande do Sul. 
      A região Platina, de início, era ignorada tanto pelos espanhóis quanto pelos portugueses, mas tornou-se uma atração graças ao porto de Buenos Aires, pelo qual escoava a prata peruana. Apesar do esforço espanhol para frear esse comércio ilícito, muitos contrabandistas chegavam à região. A Coroa portuguesa fundou, porém, na margem oposta do Rio da Prata (de frente para Buenos Aires) uma colônia - a Colônia de Sacramento. Essa fundação levou a uma rivalidade luso-espanhola ainda maior, que tornou-se realmente sangrenta.
      Em 1626, jesuítas espanhóis chegaram ao Rio Grande do Sul para trabalhar em obra missionária junto aos indígenas; mas bandeirantes paulistas atacaram, afim de vender os indígenas como escravos na Bahia e expulsar os missionários. Quando os jesuítas abandonaram a região, os seus gados ficaram para trás, e foram se multiplicando. Depois, esse grande rebanho tornou-se atrativo, já que representava uma base econômica forte, fazendo com que paulistas e jesuítas voltassem à região, que foi disputada por índios Guarani, colonos espanhóis da Argentina e luso-brasileiros.
       A ocupação da terras crescia e estâncias iam sendo criadas para abrigar todos os estancieiros, a maioria luso-brasileiros. O interesse de preadores (que lutavam com arma pelos rebanhos) era só pelo couro dos animais, a carne não era aproveitada, isso fez com que o rebanho diminuísse e os preadores se estabelecessem na região.
       A Coroa portuguesa queria garantir a posse e a ocupação de Vacaria, então distribuiu sesmarias aos espanhóis e estimulou a criação de estâncias. Mas uma vez com a posse da terra, os espanhóis defendiam os seus próprios interesses, que rapidamente entraram em conflito com os interesses da Coroa. No final do século XVIII, a economia foi solidificada com base no charque. No Rio Grande do Sul, os produtores de charque e os estancieiros eram dependentes do setor agroexportador do nordeste, pois era para lá que grande parte da carne ia, e os charqueadores e estancieiros não recebiam nenhuma vantagem. Na região platina, os charquedores eram mais independentes e beneficiados com a isenção de impostos para a importação de sal e exportação de charque. Com a luta pela independência do domínio espanhol, a economia platina e toda a sua organização entrou em crise. Então, a Coroa decidiu incorporar o Uruguai ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. Depois da Guerra Cisplatina (1825-1828) , quando a Uruguai se tornou independente, o charque comercializado no mercado interno foi taxado com preço elevado o que facilitou a concorrência do charque platino, que tinha baixas taxas alfandegárias. A economia Rio Grandense tornou a sociedade frágil aos interesses republicanos e federalistas. Em 1834, aconteceu a Assembléia Legislativa Provincial, na qual a maioria dos deputados eram farroupilhas. Os deputados estavam querendo diminuir as altas taxas, não cumprir algumas regras do poder central, e ir contra ao presidente da Província, Antônio Braga, tido como inimigo dos estancieiros. Os conflitos idealistas entre a Assembléia e o Poder Central desencadeou um confronto armado, em 20 de setembro de 1835. Os rebeldes, liderados por Bento Gonçalvez, proclamaram a República Rio-grandense ou República do Piratini.  O presidente foi Bento Gonçalvez, até ser capturado e levado à Bahia. Fugiu em 1837 e uniu as forças forças às do rebelde Garibaldi. Em 1839, Garibaldi e Canabarro foram à Santa Catarina e proclamaram a República Juliana. Esse momento foi ao mesmo tempo o mais alto e o declínio da Revolução Farroupilha, pois apesar de terem conseguido proclamar a independência, o movimento não tinha uma base social muito grande e nem totalmente convicta, e os charqueadores tinham o nordeste como o principal ponto de comércio de charque. Se a separação acontecesse, eles não iriam ter o maior importador de seus produtos. Em 1840, D. Pedro II ofereceu anistia aos revoltosos a fim de conseguir a pacificação, mas os farrapos insistiam na luta. Barão de Caxias (o futuro duque) foi designado chefe, e tomou iniciativas eficientes e radicais para acabar com a revolta. Quando Canabarro e Caxias entraram em acordo, a Revolução havia chegado ao seu fim, e os farroupilhas foram recompensados por vários fatores:


 - Anistia geral aos evoltos;
 - Incorporação dos soldados e oficiais ao Exército imperial em igual posto, exceto os generais;                  
 - Devolução das terras que haviam sido confiscadas pelo governo;
 - Diminuição das taxas                      alfandegárias.                                                                                                                  




                                                   
Bibliografia:
- Historia do Brasil Império e República - Bibliex.
- Historia do Brasil - Luis Costa e Leonel Mello
- Historia do Brasil - Koshiba
pt.wikipedia.com


Por Victória Jalowitzki